terça-feira, 19 de junho de 2012

Dez Novas Competências para Ensinar

Acredito que, todos temos competências para ensinar, cada um em sua particularidade. Às vezes olhamos para as pessoas e não damos nada por elas, no entanto ao pararmos para ouvi-las, percebemos que elas têm grandes lições de vida a nos ensinar. Devemos encontrar estratégias que nos levem a quebrar os paradigmas, fincados muitas vezes de maneira drástica e que carregamos até hoje, achando que somos os sabedores capazes de organizar, dirigir e administrar sós, uma instituição de ensino.
Dentre as 10 novas competências para ensinar de Perrenoud, 2000,  enfatizo: organizar e dirigir situações de aprendizagem, envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho e administrar sua própria formação contínua.
            Quando pensamos em organizar e dirigir situações de aprendizagem, devemos estar cientes de que o estudo, a pesquisa a discussão com todos os envolvidos entrará em ação, para que todos sejam capazes de entender e aprender. “Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver na criança a capacidade de auto-avaliação” (Perrenoud, pág.69). Quando nos auto avaliamos, podemos ter certeza de que teremos que mudar em alguma coisa. O importante é percebermos que enquanto ensinamos, estamos falando para uma diversidade de pessoas que pode ou não estar captando o que está sendo explanado. Como diz Saint-Onge (1996): “eu ensino, mas eles aprendem?”.
            Enquanto educadores responsáveis, dirigindo situações de aprendizagem e preocupados com a educação, precisamos “envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento” (Perrenoud, pág.26). Quando planejamos, escrevemos sequências didáticas, temos que colocar em primeiro lugar nosso aluno como co-autor para o desenvolvimento do mesmo, pois “uma sequência didática só se desenvolve se os alunos aceitarem a parada e tiverem realmente vontade de saber” (Perrenoud, pág.36). Temos que envolvê-lo o máximo possível, para que sua inserção surta efeitos de forma gratificante para aqueles que ensinam e aqueles que são ensinados.
            Quantas vezes nos deparamos com alunos que se sentem completamente desmotivados em absorver algo, não temos retornos positivos por aquilo que aplicamos em sala? Mas quantas vezes não paramos para pensar em nossa metodologia, se está agradando ou não à clientela? Quantas vezes eu mesmo já disse: “Não posso fazer nada por ele, se ele não quiser se instruir” (Perrenoud, pág.67). Enquanto pensarmos desta forma, já estaremos pecando. Para não continuarmos neste erro, devemos administrar nossa formação, formação esta que deve ser contínua e também acolhedora, pois quando acolhemos, estamos deixando que outros participem dela. Devemos nos manter informados, pois como diz (Perrenoud pág.70): “A maioria das pessoas interessa-se, em alguns momentos, pelo jogo da aprendizagem, se lhes oferecem situações abertas, estimulantes, interessantes”. Esta teoria serve para nós enquanto tutores, professores e alunos. Portanto, procuremos oferecer essas situações abertas, estimulantes e interessantes para que ambos se sintam envolvidos com o processo ensino aprendizagem.


[1] PERRENOUD, Philippe – Dez Novas Competências para Ensinar – Porto Alegre, Artmed,2000.

2 comentários:

  1. Marcelo, infelizmente como humanos, às vezes pensamos que este ou aquele aluno não tem jeito. Por isso é que temos que estar em constante formação, para encontrarmos caminhos e estratégias que consigam alcançar o interesse de todos. Sabemos que é quase impossível alcançarmos 100% de uma turma, mas como educadores não podemos desistir jamais.
    Vejo que os alunos aprendem muito mais com o que fazemos do que com o que falamos, por isso tenho, sempre que inicio um curso, ou que vou participar de uma seleção, o costume de comentar com eles e depois também falo sobre meus erros e acertos. Muitas vezes eles perguntam como foi?, qual foi o resultado? Penso que ao mostrarmos que estamos também aprendendo, buscando constantemente nos aperfeiçoarmos estimula-os a verem que este sacrifício é necessário para conseguirmos vencer obstáculos, não somos detentores do saber e aprendemos também com eles.
    Levá-los a autoavaliarem-se também é uma boa estratégia de despertamento para que eles próprios percebam o quanto eles estão participando de suas formações, levando-os a entenderem se nesse formação de competências eles estão sendo passivos ou ativos e o quanto depende deles adquirir o conhecimento.
    O professor, para mim, é um guia, um orientador, não somos capazes de transmitir nossos conhecimentos. Está é uma riqueza individual, podemos partilhá-la mas só com aqueles que desejam.
    Realmente não podemos e não devemos subestimar as competências que cada um tem para ensinar pois estamos a todo momento aprendendo e ensinando, ensinando e aprendendo, sem usarmos palavras, apenas com ações no nosso dia a dia, pois nossas ações "falam mais que mil palavras".

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelos comentários!
      Enquanto professores devemos ter a humildade de dizer que não temos conhecimento de algo, mas que procuraremos nos informar para podermos passar aos nossos alunos o pouco que temos. Confio na formação e vejo que sem ela ficamos cada vez mais para trás, sem estímulo. Somos eternos aprendizes, por isso não devemos desistir do que queremos.
      Um abraço,
      Marcelo

      Excluir